Confissão de adolescente vai contra provas obtidas durante investigação
O delegado da Polícia Civil de Mato Grosso, Bruno França, revelou na manhã desta terça-feira (28) que as provas indicam que a confissão da adolescente de 14 anos, suspeita de matar o enteado de 4 anos, não está sendo sustentada e vai contra provas obtidas durante a investigação. O delegado reafirma que a soltura é justificada pela crença de que, apesar dela ter confessado, não seria a autora do crime.
Segundo ele, a investigação vai contra o relato da menor. “A confissão da menor não pode guiar a investigação. A confissão da menor não se mostrou alicerçada pelos outros elementos de prova e vai de encontro às provas que conseguimos produzir. A gente se convenceu que a confissão não era verdadeira e, diante dessas observações repassamos ao Ministério Público, que pediu imediatamente a soltura da menor. A gente não acredita que seja ela a autora do crime”, disse o delegado.
Conforme a investigação, testemunhas disseram que ouviram da criança, durante o socorro dentro da ambulância, que o autor do homicídio seria um homem. A testemunha acompanhou a criança durante a transferência hospitalar.
Uma linha de investigação é de, que antes de admitir o crime, ela afirmou que um homem tentou cometer violência sexual contra ela e matou o menino. Depois, disse que a criança teria cometido suicídio e, ao ser questionada novamente, confessou o crime e contou que matou a criança por ela ser “muito arteira”.
“A investigação não pode ser guiada apenas pelo depoimento da adolescente. Por isso, a Polícia Civil está fazendo diligências para apurar todos os fatos, como ocorreram. Enfim, a dinâmica do crime que vitimou essa criança para chegar ao completo esclarecimento do homicídio”, afirmou o delegado.
A criança sofreu perfurações de faca no peito e no braço, e chegou a ser socorrida com vida. No entanto, acabou não resistindo ao ferimentos e morreu ainda dentro de uma ambulância durante o trajeto até a unidade de saúde, em Nova Ubiratã.
A adolescente foi autuada em flagrante por ato infracional análogo ao crime de homicídio na Delegacia da Polícia Civil do município. O procedimento do flagrante foi encaminhado ao Ministério Público, a quem compete representar pela internação da adolescente.
Outras pessoas ainda serão ouvidas na Delegacia de Nova Ubiratã, entre elas o pai da criança, de 22 anos. Ele também será investigado pela Polícia Civil e poderá responder por estupro de vulnerável, se constatado o envolvimento com a menor antes dos 14 anos.
Por: FolhaMax