Uma decisão do juiz Jean Bezerra, da 7ª Vara Criminal, manteve a prisão de três dos líderes de uma quadrilha especializada em furto de motos em Cuiabá e Várzea. Segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o grupo se apropriou de mais de 1,2 mil veículos, com a maior parte dos crimes cometidos em shoppings, supermercados e hospitais. Eles foram alvo da Operação Avalanche, em abril deste ano.
“Nesse enquadramento fático, diante dos indícios de integração à organização criminosa investigada e as condutas supostamente por eles praticadas, tem-se que a soltura dos acusados supramencionados representa risco à ordem pública, diante da possibilidade de reiteração delitiva, porquanto os elementos informativos até então colhidos indicam que a atuação ocorria com habitualidade”, diz trecho da decisão.
“Destaque-se que o grupo age com extrema ousadia, fazendo dos furtos uma rotina, potencializando a sensação de insegurança que impera na sociedade, sendo certo, portanto, a periculosidade dos agentes e o abalo à ordem pública, igualmente malferida pela possibilidade de reiteração delitiva, uma vez que foram noticiados inúmeros delitos em sequências, como se observa dos diversos diálogos constantes dos relatórios policiais”, argumentou ainda o magistrado ao manter as prisões.
A quadrilha, que era extremamente organizada, tinha núcleos definidos para a realização de cada atividade. Uma parte dos membros furtava os veículos, outros eram responsáveis pelo desmanche e produção de “placas frias”. Ainda existia um núcleo que cuidava apenas dos anúncios nas redes sociais para venda.
As investigações mostraram ainda que empresários faziam parte do esquema, com a revenda de peças das motos furtadas. Eles chegavam a “encomendar” o modelo e a cor que queriam “comprar”. Apesar do valor de mercado dos veículos, o grupo vendia o material por valores entre R$ 150 e R$ 400.
J1 AGORA
