Mesmo com distribuição de remédios pelo governo federal,aposentados ou idosos reclamam da alta frequente dos preços
Hipertenso e diabético, aposentado cuiabano Benedito Jorge, de 70 anos, está preocupado com reajuste no preço dos medicamentos em 5,6%, a partir deste sábado (1º). Todos os meses ele precisa desembolsar cerca de R$ 320 com os medicamentos Galvus 50 mg, Corus 50mg mais 12,5mg e Meritor 4/1000. O custo com as medicações representa quase 30% da aposentadoria dele.
“Deve ser para matar os idosos”, reclamou quando soube do aumento nos preços dos medicamentos. O aumento é anual e autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), órgão responsável por limitar e fiscalizar preços de medicamentos no Brasil. O reajuste sempre ocorre no mês de março.
Contudo, nem sempre o teto do aumento dos medicamentos é respeitado, conforme apontou estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Há variações em cada estabelecimento que podem chegar a 86%, como no caso do antibiótico Clavulin. O omeprazol, medicamento para combater problemas gastrointestinais, pode chegar a 386%.
O aumento este ano vai atingir cerca de 10 mil medicamentos disponíveis no mercado brasileiro.
Morador de Jaciara (140 km de Cuiabá), o também aposentado Paulo Moura diz que já é difícil encontrar remédios com preços mais em conta nas farmácias de baixo custo. Ele está preocupado com o aumento e a reação em cadeia com o disparo dos preços.
“Tudo isso pesa no bolso do aposentado que precisa de remédios de pressão alta, diabetes, e outras doenças. Sou contra qualquer aumento que só pesa para quem mais precisa”.
A única saída é pesquisar preços
Mais do que nunca, o que resta para o consumidor é pesquisar medicamentos em sites ou lojas físicas ou até participar de programas das empresas que pedem o CPF para encontrar os melhores valores.
“O Idec recomenda que o consumidor, primeiro de tudo, nunca aceite o primeiro preço que ele encontrar, ele pode fazer isso na internet, ligando na farmácia. Uma outra coisa é avaliar a participação em programas como Farmácia Popular, faz muita diferença um programa como esse e ele pode dar desconto de até 90% em alguns medicamentos”, disse a coordenadora do Programa de Saúde do Idec, Ana Carolina Navarréte.