Jovens ligados ao Movimento Sem Terra (MST) fizeram ato no Palácio Paiaguás na segunda-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, com ataques ao governador Mauro Mendes (União Brasil) por supostos crimes nos setores da mineração, energia e construção civil. A ação é parte da Jornada de Luta protagonizada pela Juventude Sem Terra dos estados da região Centro-Oeste.
O contragolpe do MST ocorreu um dia após, as forças de segurança pública impedirem a segunda tentativa de invasão de terras em uma fazenda em Poxoréu (231 km de Cuiabá). Seis pessoas que estavam na área foram conduzidas à delegacia e outras 35 estariam envolvidas na ocupação ilegal.
De abril para cá houve outras tentativas de invasão de fazendas na região do Araguaia e todas foram reprimidas pela polícia, impedindo que os sem terra chegassem a acampar nas propriedades rurais.
Com o lema “Combater o agro, garimpo e a mineração. Rompendo cercas alimenta a nação!”, a Juventude Sem Terra realiza sua 14ª Jornada Nacional pautando o tema ambiental e o papel da Reforma Agrária Popular na defesa dos bens da natureza, na produção de alimentos saudáveis e debatendo sobre os impactos do agronegócio e da mineração no meio ambiente e na vida das pessoas.
As acusações vão desde trabalho escravo, garimpo em área de preservação ambiental, assédio moral e invasão de terras quilombolas no Pará. “Uma das polêmicas envolvendo diretamente Mauro Mendes foi o caso da aquisição da Maney Mineração junto ao amigo, Nei Garimpeiro, por R$700 milhões. O nome da empresa é a junção da inicial dos dois e esteve no noticiário por acusações de fraude na compra, apesar de Nei Garimpeiro ser absolvido do processo”, diz trecho da matéria do MST.
A imprensa checou a denúncia e constatou que em 25 de agosto de 2022, o juiz César Augusto Bearsi, da 3ª Vara Federal Cível de Mato Grosso, absolveu o governador Mauro Mendes, os empresários Valdinei Mauro de Souza e Jéssica Cristina de Souza e a empresa Maney Mineração Casa de Pedra Ltda da denúncia.
A denúncia do Ministério Público Federal falava que o governador e o sócio tinham tirado proveito de R$ 700 mil e não R$ 700 milhões. Além disso, após a colheita de provas e depoimentos de testemunhas, a acusação não se sustentou e eles foram absolvidos.
Além do ato no Palácio Paiaguás, o MST doou 2,5 toneladas de alimentos em uma ocupação urbana na cidade de Cuiabá com objetivo de reafirmar o papel da Reforma Agrária Popular para a produção de alimentos e combate à fome nos centros urbanos.
A ação também inclui a distribuição de 200 mudas na ocupação como parte do Plano Nacional Plantar Árvores Produzir Alimentos Saudáveis, coordenado pelo MST que pretende plantar 100 milhões de árvores no período de 10 anos em todo o país.
O DOCUMENTO