Nova Mutum, 18 de Outubro de 2024

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Preso por roubo em junho, TJ soltou assassino de advogada por falta de vaga no Adauto Botelho

Foto: Reprodução

O ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos, que assassinou brutalmente a advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48 anos, foi preso em junho deste ano pela Polinter, devido a um mandado de prisão em aberto por roubo cometido em 2021, e posto em liberdade pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), por falta de vaga no hospital psiquiátrico Adauto Botelho.

Segundo alvará de soltura emitido pela 2ª vara Criminal de Cuiabá, os diretores do Adauto Botelho se recusaram a receber Almir porque não havia vagas.

Ele tem laudo por esquizofrenia e é interditado judicialmente desde 2014.

Na decisão, o juízo relata “inércia e descaso” das autoridades por se recusarem a efetuar a internação.

“Relatou ainda que mesmo estando consignado na decisão (…), que em caso de recusa de recebimento pela Unidade Adauto Botelho, umas das unidades prisionais de Cuiabá deveria acolher o paciente, sua entrada foi negada pelos demais diretores. Diante disso, a fim de resguardar a integridade física do paciente, ante a inércia e descaso das autoridades estatais, que negaram sua entrada ao Adauto Botelho, mesmo com determinação judicial, não resta outra alternativa a este Juízo senão, PROVISORIAMENTE, converter a medida de segurança para ambulatorial (…). EXPEÇA-SE ALVARÁ DE DESINTERNAÇÃO (SOLTURA), devendo o PACIENTE ser colocado em liberdade, se por outro motivo ou decisão não deva permanecer.”

Assassinato de Cristiane Castrillon

Almir matou a advogada Cristiane Castrillon nesse domingo (13 de agosto) e abandonou o corpo dela dentro do próprio veículo no Parque das Águas, na região do Centro Político e Administrativo, em Cuiabá.

Conforme a investigação, a vítima passou a tarde de sábado (12) em um churrasco com a família e amigos e, por volta das 22 horas, foi com um primo até um bar nas proximidades da Arena Pantanal. No local, conheceu Almir. Por volta de 23h30, o primo dela foi embora e a deixou com o ex-PM.

Horas após o desaparecimento, o irmão de Cristiane conseguiu localizar o veículo dela por meio de um aplicativo de rastreamento.

Com a constatação da morte, a DHPP começou as diligências para localizar o criminoso. Almir foi encontrado em sua residência, no bairro Santa Amália, local em que cometeu o crime.

Durante a prisão, ele deu diversas versões sobre o crime. Afirmou até que a vítima teria caído e “batido a cabeça” mais de quatro vezes.

Aos policiais, Almir afirmou ser interditado judicialmente. No entanto, em depoimento formal na DHPP, ele permaneceu em silêncio. Ele será encaminhado para audiência de custódia ainda nesta segunda-feira.

Outro lado

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que a unidade, atualmente, disponibiliza apenas 10 vagas para internação de pessoas com transtorno mental em conflito com a Lei e que todas estão ocupadas. 

“A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) esclarece que todas as alas do Hospital Adauto Botelho estão lotadas. A unidade disponibiliza 10 vagas masculinas especificamente para pessoas com transtorno mental em conflito com a Lei, mas todas elas também estão ocupadas no momento”.

REPORTER MT

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